Natal na Guiné-Bissau

Natal na Guiné-Bissau


Apesar de um trimestre escolar bastante conturbado devido ao Covid19, os nossos alunos preparam-se agora para a primeira interrupção letiva com o término do 1º período e com a festividade do Natal

 

Ao contrário das nossas tradições europeias, o Natal na Guiné-Bissau é vivido de formas bastante diferentes mesmo dentro do próprio país. Por existirem diferentes etnias, cada povo tem as suas formas de viver esta época.


Na zona de Empada, onde os nossos estudantes vivem, durante a época das chuvas os jovens juntam-se para trabalhar um pedaço de terra. Posteriormente, o dono desse terreno pagará ou em dinheiro ou na entrega de produtos, como um saco de arroz, farinha ou um porco. Um dos jovens fica responsável por guardar o pagamento até à época natalícia. Chegando a esta época os jovens voltam a juntar-se para construírem uma palhota, afastada da tabanca (casa da aldeia) para que os aldeões não oiçam o barulho dos festejos. Na consoada, os jovens matam um porco e dançam pela noite dentro. No dia 25, os jovens deslocam-se à aldeia para ir convidar os homens-grandes (chefes das tabancas) para a grande festa onde passam o dia a celebrar.


É importante referir que a Guiné-Bissau é maioritariamente muçulmana, sendo apenas 10/ da população católica. Ainda existem as religiões tradicionais africanas. Uma pessoa pode ser muçulmana ou católica e seguir também as religiões tradicionais. Tudo é aceite! Há um respeito muito grande entre cada religião.


Concretamente, em Empada, é muito habitual ver os homens-grandes muçulmanos, a participarem na eucaristia da missão das irmãs católicas e vice-versa. Há uma interação muito bonita! Como costumam dizer: “Nós chamamos de Alá! Vocês, nossos irmãos, chamam de Deus! Mas é todo o mesmo!”. Assim, para além de todas as tradições anteriormente explicadas, os nossos apadrinhados também podem (se assim o desejarem, sem obrigatoriedades) ir à missa na missão das irmãs à meia noite na véspera de Natal e no dia de Natal. Ainda no dia de Natal, e depois da eucaristia, é a vez das irmãs católicas participarem nas celebrações muçulmanas.


É neste seio fraterno de respeito mútuo entre religiões e diálogo inter-religioso que os nossos estudantes estão a ser formados!


Equipa Estuda Lá

 

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